quinta-feira, 21 de maio de 2009

Meditação

Senhor, gostaria de ser um bonzo budista

que procura a libertação, respeita a natureza;

mas preciso de um Deus vivo.

Ou um brâmane-hindu

que vive a não violência;

mas eu combateria as castas

e comeria carne assada de vaca,

num domingo à tarde.

Gosto de Confúcio e do seu Zen,

a filosofia suprema do amor;

mas recuso-me a morrer para sempre.

Quero aprender com o islamita

a crer, fortemente, em Deus

a rezar, profundamente, cinco vezes por dia.

Mas por que não deixam as mulheres

rezar com eles, lado a lado?

As mulheres rezam muito bem.

Recordo o velho de Angola

aspergindo o chão debaixo do embondeiro,

com sangue de bode, ainda quente.

Não ri. Fui vencido por sua fé no Grande Espírito.

Rezei com ele a oração que ele não sabe:

“não nos deixes cair na tentação,

mas livra-nos do mal”.

Quando eu lhe disser que o Grande Espírito é Pai,

ele rirá eternamente.

Quero ser hebreu.

Mas como Paulo, José, Maria...

Não sei esperar um Futuro

que já vive nos homens.

Luz, Senhor, para nossos avós, cegos.

E obrigado porque nos mandaste Cristo,

a Luz, o Sábio, o Profeta, o Grande Espírito,

o Messias, o Irmão.

Manuel Rouxinol (Marília/SP – 1975)

Definitivo, como tudo o que é simples.


Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de termos tido juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade...

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond de Andrade

Meus olhos, espelhos de minha alma...


Olhe em meus olhos...

Sou sempre um livro aberto... Nada sei da vida... Mas, sempre sou amigo do saber...

Um ferrenho inimigo do desamor... Porém, um amante da lua...

Um eterno apaixonado, este sou eu... Sem meias palavras, comigo somente palavras inteiras... Sei que sou amado por poucos... Odiado ou invejado por outros? Sei lá não me preocupo com isso... Duvidas?... Queres saber se ligo? Nem um pouco!

Amo quem me ama, e muito... Aos que não me conhecem, este sou... Simples...

Amando e vivendo... Errando e aprendendo... Crescendo... Chorando... Sorrindo...

Meu destino vou traçando, e fazendo acontecer... Nunca fui Anjo, porque sou antes de tudo sou humano... Mas, sei lá... Sou assim... Simples assim...

Apaixonado por minha alma metade, que nunca encontrei...

Em meu coração baila uma valsa...

Rodopia uma dama numa dança cigana...

Um amor pulsante...

Aqui estou...

Este sou...

Eu sou assim... simples assim...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Educação Religiosa

Uma reflexão transformadora

Uma vez perguntaram a um grande cientista: “Você acredita em Deus?”. Parece óbvio, que o jornalista que estava perguntando era um ateu; ele não acreditava em Deus e, não podia conceber que um homem de tamanho calibre, um grande cientista – dissesse que acreditava em Deus. Porém, o cientista disse que acreditava; o jornalista ficara chocado e, lhe perguntou novamente: “Você um grande cientista, mesmo assim, ainda acredita em Deus?" E o cientista respondeu-lhe: “Fui programado, não se trata de acreditar ou não acreditar. Fui programado desde minha infância de que Deus existe. Isso foi dito tão constantemente pelos meus pais, sacerdotes, professores, ou seja, em todos os lugares; que isso se tornou quase como se eu soubesse que ele existe. Mas isso é apenas um condicionamento”.
Todas as religiões dependem de programação, sem saberem exatamente o que ela é. A palavra é nova no mundo dos psicólogos, parapsicólogos, teólogos, etc; mas, as atividades feitas por séculos no mundo por todas as religiões podem ser cobertas por esta palavra “programação”. A palavra ou conceito surgiu, melhor, passou a ser usada com a criação do computador, que você precisa “programar”; ou seja, você pode por na “mente” do computador tudo que quiser, que ele armazena e, o mesmo, lhe dá respostas – sua capacidade de memória é fantástica.
Todos os livros que existem no mundo, em todas as bibliotecas, podem ser colocados num computador, sem necessidade de gastar tanto espaço. Em apenas um computador pode-se compilar todo o conhecimento de um povo e, você pode lhe fazer uma pergunta a qualquer momento, ou seja, qualquer pergunta absurda – se ele foi programado para o inusitado, esta programação será acionada e ele ativará sua pesquisa interna e lhe dará a resposta nua e crua. Numa exemplificação, digamos que alguém pergunte ao computador:- Que dia “Sócrates” se casou? Naturalmente, que se tal aconteceu, a humanidade não teria um dos maiores Pensadores, quiçá senão, um dos primeiros – mas, qual foi o dia? Se foi dado ao computador o dia, mês e ano, imediatamente a resposta virá; pois que em seu programa há aqueles dados.
Devido aos computadores ou ao surgimento dos mesmos, a palavra “programação” tomou implicações e significados imensos, descortinando-se novos parâmetros de relacionamentos e globalizando-se as informações comparativas, desmistificando-se crenças e religiões, banalizando-se culturas e tradições. Não por erros dos computadores, mas pelos sistemas dominantes e monopolizadores das informações que as querem em comando único.
O que fazemos com os computadores é o que as religiões têm feito com os seres humanos. Se alguém é hindu ou alguém é cristão, qual a diferença entre os dois? Simplesmente nenhuma como ser humano, somente que têm uma programação cultural diferente.
Vejamos numa exemplificação: se você educar desde o começo uma criança gerada de família cristã numa casa hindu, você acha que ela pensará em Jesus ou na Bíblia Sagrada? Será que ela fará perguntas, que as crianças cristãs fatalmente fazem? Em verdade, ela será hindu, porque seu programa cultural cotidiano é hindu. Ela nem ao menos perderá tempo com esse Jesus, porque sua programação estará em Krishna, Shiva, Buda, Gitã – dependendo da casta social em esta for colocada.
Enfim, todos os sistemas estão programando as crianças e mesmo os adultos, como se eles fossem computadores; ou seja, lhes dão informações genéricas e periféricas destruindo-se as essências familiares, de costumes, de tradições, de nacionalidade. E esse, é o grande insulto à humanidade e, o pior crime contra o ser humano; porque se lhe quebra ou, se lhe desconceitua os valores culturais milenarmente constituídos.
Sendo eu um espiritualista, que acredito nas reencarnações do ser neste ou em outro orbe do Universo, digo que toda criança ao nascer, emerge ao mundo como uma lousa em branco, na qual você começa a escrever ou rabiscar por toda ela símbolos e signos, ou métodos e conceitos, ou mitos e lendas, ou fábulas e crendices, ou heróis e deuses, ou Bíblia, ou Alcorão, ou Tora, ou Gitã, ou O Capital – ou, o que você quiser.
A pobre criança está em suas mãos e, ela ainda não sabe e não pode nem ao menos pensar que seus pais, que o amam tanto, dar-lhe-ão uma programação errada. E, quando ela crescer e ficar consciente da palavra “programação”, o programa já atingiu seus ossos, sua derme, sua medula central e, em seu espírito já deformado – acreditará que esta programação faz parte de seu DNA; então, ela não mais poderá pensar de outra maneira ou outra forma e, reproduzirá em seus futuros filhos, o que lhe foi enxertado ou plantado como programa de vida social, econômica, política e religiosa.
Há, porém, que se fazer um paralelo entre vida cultural e vida social, posto que se o indivíduo não tem identidade cultural, como poderá ele ter uma vida social? É dúbia está minha afirmação sobre esta questão, confesso que pode ter antagonismo. Porém, para mim, a vida cultural está na preservação de um conceito místico e moral de uma raça primária que buscamos em nossa busca interior na origem Universal; enquanto que, na vida social há somente reproduções de valores preconcebidos pelas convenções de determinada sociedade, em que o indivíduo tenha sido gerado. Mas, se não houver crítica, não há reflexão e, sem a reflexão não haverá o confronto das idéias e as buscas do conhecimento; portanto, contestem...
Você já parou para pensar, qual seria sua reação ou sua atitude ao perceber que desde criança, você foi programado dentro de um certo ‘rebanho’, no qual sente-se peixe fora d’água? Sim, porque se você tem o livre arbítrio re-encarnatório e, ao nascer és uma lousa em branco; à medida que vais adquirindo consciência de determinado padrão cultural nesta nova existência, lógico e evidente que você entre em choque com as informações que misticamente entrecruzam em seu íntimo. Ou seja, as famosas indagações que constantemente fazemos: ‘Quem sou?’, ‘Que faço eu neste mundo?’, ‘Será que nasci em época errada?’, ‘Você está pensando como um infiel, sendo cristão’. Enfim, que atitude tomaria, ao perceber que aquilo tudo que até então esteve estudando, captando foi puro desperdício? Se não pensou, comece!
Programar, desprogramar, reprogramar – essa parece ser a técnica psicológica da violência. Desprogramação profunda e liberdade para crescer, essas deveriam ser a demonstração máxima de respeito – na verdadeira Educação Religiosa. Criatividade cultural e livre pensar, como na escolástica de Sócrates, não seguindo nenhum método tradicional, ou estratégia convencional – mas reagindo a cada pessoa de acordo com a necessidade que tem – embora se conheçam todos os métodos; assim, ver-se-ia livre para transcendê-lo e criaria condições para que o indivíduo realizasse seu potencial, descobrisse seu caminho, ou seja, sendo sua própria Luz e fazendo florescer sua semente e deixando a posteridade sua herança cultural.
Você só pode pensar naquilo que está dentro de sua experiência psíquica; ou seja, na sua “programação mística ancestral”. Por isso afirmo que você não pode pensar neste ‘Céu’, incutido pelos “doutos” que se dizem responsáveis pela lei do Inominável; portanto, reafirmo meu conceito e indago: como alguém que nunca amou como o próprio Amor, ou nunca se permitiu apaixonar como ser na Natureza, ou nunca foi feliz por desconhecer a verdadeira Liberdade – pode pensar sobre aquilo que está além de sua “programação” cultural, social, econômica, política e religiosa?
Ora, você pode anelar por alguma coisa inexplicavelmente melhor – mas, que você mesmo não sabe o que é e, por experiência própria não sabe dizer se existe ou não. Pois tudo o que o ser humano pôde fazer até agora, foi sonhar e fantasiar e, nos seus sonhos e delírios mais loucos, projetou seus desejos, criou ficções e seus símbolos, que passaram de pais para filhos numa cadeia secular. E assim, símbolos, mitos foram organizados, conforme a cultura, o ambiente, a civilização; é o processo histórico de domínio e conseqüente imposição ou sincretismo de culturas, alicerçados pelos dominantes na subjugação dos povos conquistados. Hoje, porém, sua imaginação pode lhe oferecer vislumbres diferentes dessa simbologia, desses mitos e ficções, emprestadas dos livros apócrifos oficiais que você leu, ou ainda, de coisas que você ouviu e, que pela força de mais de quinze séculos de propaganda coercitiva, estão enraizadas na medula dos seus ossos como verdade absoluta. É isso tudo, uma verdadeira hipnose cultural.
E na arrogância do conhecimento emprestado, aspira-se a um ideal utópico pelo qual se luta, criando-se restrições, quer seja pelas limitações e fronteiras às crenças, ou à vontade e, ou à ação. Discrimina-se ou se submetem os contrários – como auto-afirmação de uma identidade que está cristalizada, ou cristalizando-se; nem que para isso precisemos usar a autoridade do conquistador, o autoritarismo do domínio, a força da imposição, a coação pelo extermínio – ou de qualquer outro modo a impor, ou a inserir no marginal (marginal é sempre aquele outro, que pensa, que decide, que escolhe ser diferente)1 a nossa visão de mundo. Então, toda nossa assim chamada cultura, religião, certezas, segurança são tão finas, tão frágeis...; como que construídas do mesmo material que são feitos os sonhos – tênues.
E, neste meu raciocínio, é aí que entram os sacerdotes e os governos políticos...; ou seja, a máfia dos segregadores da alma ou do espírito humano..., os mercadores de sonhos e de promessas... Que transformam esta horda acéfala em marionetes, perdidos, confusos e manipulados; ou seja, numa multidão iludida, cheia de falsas esperanças – no futuro..., no além..., na vida. Que nem mesmo em seus piores pesadelos sonham para onde estão se dirigindo; ou melhor, estejam sendo conduzidas ou arrastadas, seja individualmente ou coletivamente.
Dizendo eles: vamos consumindo... Salve a ignorância! Mantenham essas massas ignóbeis, imersas na pobreza e na ignorância e, hasteemos a bandeira de nossa dominação ideológica... Pois, assim terão eles, uma arte desfigurada de valores distorcidos como: a beleza, o amor, a compaixão, a sensibilidade, a inteligência, a liberdade, a criatividade... Ou seja, tudo isso a serviço da inconsciência e delírios paranóicos dos que detêm o Poder (seja, econômico, político, religioso, cultural, etc).
Todos dizem que querem ser amados; e, esse é um começo errado. É errado porque a criança – a pequena criança não pode amar; porque somente sente, instintivamente, a proteção dos progenitores e, não pode dizer nada – pois não aprendeu ainda a linguagem usual e cultural daquela sociedade. Não pode fazer nada – porque sendo da espécie humana é carente fisiologicamente do instinto animal e, para sua sobrevivência necessita dos cuidados da parte adulta da espécie. Ela pode apenas receber a priori o amor progenitor, jamais dar esse amor que ela não compreende... Assim sendo, a primeira experiência de amor da criança – consiste apenas no receber...; ou seja, recebe o amor da mãe, do pai, dos irmãos, das irmãs, de hóspedes, de estranhos – mas sempre neste verbo: receber... Pois que, ainda não consegue verboralizar seus sentimentos, ou mesmo, sua compreensão sentimental dos afetos recebidos e sentido por seu espírito ora encarnado.
E, esta experiência se instala no fundo de seu inconsciente de que ela tem que receber amor. Então, o primeiro problema surge, porque todos fomos crianças e, todos trazem consigo a ânsia de serem amados; por isso, todos estão pedindo amor e, por esta ânsia comete-se qualquer sandice. E ninguém nasce diferente, por isso muitas vezes o pedido: “Dê-me amor”; e, não há ninguém que dê, porque o outro também foi educado do mesmo modo, ou seja, a não dar, mas sim, somente a receber amor.
Faço então uma pergunta indagadora: o que uma pessoa faz quando procura algo que lhe falta, e não encontra?
Responderia que, acho que ela busca compensação... Ou, que procura um substituto ou uma satisfação, a ponto de lhe permitir que esqueça a dor momentânea ou o sofrimento agudo que a primeira necessidade lhe impôs – porém, a constante predominante que marca o estado da mente infantil contínua, permanece enraizada.
Ela (a criança) quer sempre e sempre receber. Jamais se contentará com nada, nunca se satisfazendo e, quanto mais tem, mais sobe ou aumenta seu nível de exigência ou de seu querer metafórico.
Há aqui dois pontos em questão:
1) o estado imaturo da necessidade de receber ou de depender e,
2) o aumento ou crescimento do nível da exigência.
A princípio, a fome de receber é tão grande, que qualquer coisa serve; por isso que, a política de que “dinheiro não traz felicidade” é mantida pelos cleros e por governos. Pois, sem recursos ou privado de condições, o indivíduo precisará dedicar seu tempo à mera garantia da sobrevivência.2
Qualquer coisa serve também para a saúde – come-se qualquer coisa e a qualquer hora. Dorme-se em qualquer colchão, em qualquer lugar – com qualquer um... Respira-se de qualquer jeito, qualquer ar, em um lugar qualquer, acompanhado de qualquer um sem discriminação. Ouve-se qualquer coisa, desde que barulhenta – não importa ritmo, harmonia, quiçá melodia. Assiste-se a qualquer filme, documentário, novela, videoclipe, etc – desde que, o sistema seja retratado e alimentado de modo que a digestão cultural esteja longe de qualquer consideração. Qualquer coisa serve, nesta Estrutura Educativa Pública, ou mesmo, na tentativa individual de satisfazer a curiosidade ou de livra-se da ignorância; mas, para isso precisa-se estar preparado.***
***Entra em campo o segundo ponto, de que qualquer coisa não serve para aumentar o nível de exigência necessário à construção de uma individualidade forte, integral, compreensiva, saudável, rica, bela, criativa, inteligente. Para se exigir o melhor, é preciso conhecer a diferença..., ter condições e critérios de avaliação. Enquanto o receber, for base da atual educação, seja para pensar, seja para amar – a manipulação dos critérios de avaliação será sempre feita de cima para baixo, de fora para dentro; criando-se a dependência, a submissão, a escravidão, a violência. Devemos dar ênfase é na transcendência do receber, que é uma circunstância tão natural como o nascimento e, que não deveria ser tão primária como na infância, mas permanecendo como estado instintivo predominante na vida afora.
É importante buscar fora, ou o que se construiu antes – ou seja, uma estrutura de autonomia, de responsabilidade, de consciência, de atenção – dentro de si. É, necessariamente importante buscar fora, quando nos livramos dos compromissos do receber interno; nos amadurecendo para a necessidade do compartilhar, do dar – o que foi recebido, o que foi valorizado e o que foi transformado no nosso interior. Porém, não se busca coisa alguma fora, para compensar vazios internos – nem se busca de modo desesperado os substitutos para do Amor.
Experiências míticas, sensações de prazer, poder político ou religioso, fama ou sucesso, riquezas, culturas de saber, podem acontecer ou não como conseqüência natural; tais como, as sementes semeadas em solo fértil tornam-se flores na primavera, estas serão frutos de um crescimento original e não a essência da alienação dominante. Um equilíbrio será alcançado, operar-se-á um processo de cura e restauração; assim, será possível criar..., articular e a manifestar-se sem medo.
Será possível ainda, indicar os caminhos; isto sim é a Educação natural – isto sim, é o Amor do conhecimento de si, em toda sua plenitude e grandeza espiritual do saber universal...M’Penda Kazembe
1 A diferença deste outro marginal se constitui uma ameaça, pois embora já se tenham passado milênios, ou seja, mais de trinta séculos de aculturação e culturização... A civilização conquistadora, ou mesmo, conquistada parece ser de um material muito frágil.
2 Ficando ele privado de condições para, sequer, descobrir seu potencial interno – ou seja, do que gosta; ou ainda, de sequer discriminar, entre a sua preferência pessoal da preferência sugerida pelos meios publicitários – que lhes ditam como se deve vestir, como se deve comer, falar, pensar e até amar.

Natureza Humana



O mesmo hipócrita que te joga papel picado quando você é vencedor; te jogará pedras quando você errar; ou mesmo, o energúmeno em questão, te enterrará e esquecerá se você um dia fracassar.
Desarticulei muitas de minhas crenças em função da literatização feita das leituras na vida, buscando nos mestres antigos do mundo filosófico, concepções adequadas ao meu sentido de vida e de convivência comunitária.
Na sociedade de hoje, temos dado grande ênfase à autenticidade. Refiro-me a colocar máscaras sobre a face de nosso “verdadeiro eu” e, ou de representar papéis que disfarçam a nossa pessoa real.
A implicação disso é que, em alguma parte aí dentro de você ou dentro de mim, esteja escondido o nosso eu real. Supostamente, esse eu aparente, é uma realidade estática ou pré-formada de nossa própria vida cotidiana.
Há momentos em que esse eu predomina e, há momentos em que me sinto compelido a camuflá-lo. Há, talvez, algumas justificativas para essa maneira de falar... Mas sabe, isso pode ser mais enganoso do que benéfico!
Na realidade, há uma pessoa real, verdadeira e fixa dentro de você ou dentro de mim. Simplesmente, porque ser uma pessoa – implica um crescimento contínuo e perene; ou seja, tornar-se pessoa/ser, é estar num processo permanente de mudança e transformação constante.
Ser uma pessoa é estar consciente do que penso, julgo, sinto, valorizo, honro, estimo, amo, detesto, temo, desejo, espero, acredito, e/ou, me comprometo. Estas são as coisas que definem a mim e a você como pessoas e, estas coisas, estão constantemente num processo de mudança interior e transformação na vida diária.
A não ser que o nosso coração e a nossa mente estejam irremediavelmente bloqueados e congelados, todas estas coisas que nos definem estão sempre mudando. Meu ser não é como um núcleo rígido dentro de mim,... que nunca muda,... ou então, como uma pequena estátua fria e fixa; pelo contrário, ser uma pessoa implica estar num processo dinâmico de transformação constante.
Em outras palavras, se você me conheceu ontem, por favor, não pense que sou a mesma pessoa que você está encontrando hoje. Experimentei quase tudo na vida..., e sempre encontrei novos sentimentos dentro de mim e, nas pessoas com quem de novo me relacionava: sofria..., amava..., dava tristeza..., mas – dava alegria também. Porém, a cada etapa que se passava era diferente e bonito o momento vivido; por isso, vivo intensamente o momento presente, com vida, amor e felicidade...
Por favor, não queira me atribuir um “valor médio”, um rótulo, um parâmetro fixo e irrevogável; porque estou sempre alerta,... aproveitando as oportunidades do dia-a-dia, para crescer,... para mudar... Porque, vergonhoso não é mudar de idéias – vergonhoso... é não ter idéias para mudar.
Aproxime-se de mim então, com um senso de descoberta; estude minha face, meus gestos, minha voz, meu olhar – e talvez, você descobrirá coisas sobre você mesmo que até então não sabia; pois, você mesmo desconhece aquilo que o espelho não revela, como por exemplo: o sentido da própria beleza e/ou a bondade que há em nós.
Afinal de contas, o ponto mais importante é este: enquanto eu não compreender a mim mesmo, não tenho base nem sequer para pensar. Toda minha busca terá sido em vão, meus sonhos serão emprestados e, vou sempre fazer minha felicidade depender da outra pessoa; ou seja, estarei me refugiando em ilusões, estarei fugindo das competições, das lutas, dos conflitos... Posso até admirar muito alguma pessoa, posso venerar ou buscar a salvação através de uma religião ou seita; mas, enquanto eu desconhecer a mim mesmo, não terei base para pensar,... para confiar,... para amar e, principalmente, ser amado...
Eu não posso dar o que não tenho – se tentar serei um blefe, um impostor, um vazio... Por isso, a minha primeira tarefa consiste, em me tornar o mais saudável, culto, belo espiritualmente, amável, original e valorizado que possa ser. Assim, posso oferecer a mim mesmo e a você uma vida inteira de verdades; jamais cacos ou escombros de falsidades do que poderia ter sido. Eu sempre digo, que toda pessoa é uma sólida montanha quando se conhece e se sente, há uma grande porção de massa quântica que se escondem em seu ser... Mas, se ela for um “iceberg”, um pedaço de nada, que aparece no oceano da vida – seu espírito flutuará no gigante mar da vida, sem rumo... fadado à imersão ou a extinção.
A escola e a educação cotidiana da vida ajudou-me muito a escolher livremente ser aberto, vulnerável ao conhecimento e, ao mesmo tempo, encouraçado as hipocrisias... Hoje, luto para deixar de lado à vontade de me impor ou de manipular pelas palavras vazias. A ser também, acessível – sem portões e sem paredes; capaz de ser encontrado, penetrado no espírito, destrancado, desbloqueado, desarmado, etc, ou seja, totalmente aberto. Buscando crescer indefinidamente para um caminho definitivo da vida. Ou seja, num constante processo de definição existencial, despreocupado – totalmente exposto à vida e a seu impacto estrondoso, porém livre..., consciente..., liberto... , nas ações e, ou nos fatos do cotidiano.
Com isso aprendo a todo o momento, ouvir a mim mesmo e aos outros de uma maneira especial; a ver que, às vezes, mesmo as pessoas crescidas, ou seja, adultas, são infinitamente infantis – pois, quando elas brincam, provocam ou estendem os braços em busca de amor e compreensão.
Aprenda você também, a apreciar o que você é e, o que você possui de belo em seu interior – não com orgulho soberbo ou vaidade mesquinha, mas com humildade e vigilância constante. O apreço de si mesmo é o anseio profundo da natureza humana, é sua auto-estima recuperada. E, no que diz respeito a apreciar aos outros, lembre-se de dar a eles flores metafóricas, cuja fragrância apreciem, sem puxa-saquismos ou bajulações hipócritas. Sob este aspecto, agradeço ao Inominável pela capacidade de extrair de suas obras lições para minha vida e, é por isso que, desde muito novo percebi e continuo buscando o sentido de sua Natureza.
Por isso, não aceito o que os atuais homens dogmáticos e detentores de suas verdades dizem ou apregoam... Verdades há, pois o Universo é vasto e a sapiência infinita e, eu as busco nas essências das grandes obras, não necessariamente nas escritas ou em reproduções microvideotelefonadas carregados de sincretismo e anacronismos religiosos, meros alienadores culturais e, ou de subjugação política-social de nossa liberdade espiritual – porém, não a minha, porque esta eu encontrei em mim mesmo...
M’Penda Kazembe

Finalidade da Vida



A finalidade da vida para mim é revelar que o Amor, único milagre que existe para perpetuar a própria vida.
O Amor é a “escada” do metafórico inferno para o metafórico céu, onde cada degrau é um aprendizado. Quando aprendemos bem o que é o Amor e, dando-o mais que recebendo, teremos aprendido tudo. Porém, se perdermos o Amor, nossa vida toda está perdida, vazia – sem propósito...
Todas as pessoas que perguntam sobre Deus, não estão realmente perguntando sobre Ele; mas sim, declarando que não conhecem o que é o Amor. Ou seja, aquele que conhece o Amor, conhece o Inominado. Pois, o Amor é a percepção desta Fonte; por isso, aquele que pergunta sobre a Luz, está simplesmente dizendo que é cego. Portanto, aquele que perguntar sobre o Altíssimo, estará dizendo que seu coração ainda não floresceu para o Amor e, que seu espírito carece de Luz, que sua ignorância necessita de nossa paciência e deve ser amado por nós.
Sem o Amor, a vida é uma coisa enfadonha e nebulosa, sem cores, sem canções, sem celebrações, sem alegria e sem felicidade. Só poderás esperar pela morte ignomínia; e com certeza ela virá e, te “livrará” dessa vida arrastada, vazia, sem propósito – porém, para te jogar no “Caos do Princípio”, na esperança que renasças de novo, fazendo-te ressurgir para um novo aprendizado.
O Amor traz a cor, pois a nebulosidade da ignorância transforma-se num arco-íris, explodindo em mil e uma cores; o banal e enfadonho torna-se fantasticamente em novo, surpreendente a cada manhã. Nada muda do lado de fora do seu ser, ao contrário, você é quem ganha novos olhos, porque em verdade, você está repleto de Amor. A religiosidade mística nasce em você, cessa-se o tráfego barulhento das contradições que corre em todas as direções, cai aos pedaços o espelho da mentira; desintegrando-se dentro de você as falsas ilusões então, você se torna ou, se sente, parte de uma orquestra, numa bela sinfonia harmoniosa.
No mundo em que vivemos, tão divididos nas individualizações e árido nos sentimentos espirituais – não há Amor, porque o prazer ilusório e o desejo fútil têm a máxima importância; todavia repito, sem Amor a nossa vida diária é sem significação alguma.
Quando há Amor, não há comparações, não há pessoas boas ou más; há somente pessoas cheias de Amor ou, há pessoas vazias – carentes de Amor. Quando você ama alguém com toda sua mente, com todo o seu corpo, enfim, com todo o seu ser – não pode haver comparação. E quando nós nos abandonamos completamente ao Amor, não existe o outro; pois, suas necessidades serão as nossas, suas dores serão compartilhadas conosco. Ainda que você não fale nada, seus olhos nos falarão; seu rosto ou, seus gestos gritará no silêncio da nossa compreensão e, então lhe daremos nosso Amor.
Portanto para mim, amar assim é a finalidade da vida – sendo humilde e aberto o suficiente para acolher em mim: as suas lágrimas de alegria ou de tristeza, as suas raivas incompreensíveis ou a sua paz interior, por favor, não critiquem este meu raciocínio.
Por que acredito, que este sim é o único milagre, para o qual é preciso ter-se muita confiança em si; um constante querer e um permanente poder de renascimento interior. E você, sabe o que significa amar realmente a alguém? Amar sem ódio, sem ciúmes, sem raiva? Sem interferir no que a outra pessoa pensa ou sente? Sem condenar atos, sem comparar atitudes? Você realmente sabe o que isto significa?
M’Penda Kazembe

A Vida e o Amor



A vida e amor são eternas filosofias.
Na realidade ela começa quando somos concebidos – depois, quando estamos na gestação do útero materno; e, quando enfim, colocamos nossa cabeça para fora ao nascer e, encaramos o mundo real e material.
Começa-se o mistério da vida...
Vida!... Vida que queiramos ou não, é nossa vida. É nesse sentido, nossa razão de ser, de vivê-la... Tão profundamente, como profundo é o seu mistério; e tão profundo quanto à semente (óvulo / espermatozóide) colocada no âmago do colo uterino. Porém, não tão profundo que não possamos tocá-la e, nem tão profundo que nos torne impossível amá-la.
É filosófico sim, também comparar o amor dentro deste sentido profundo. É tão comparativo... Tão real... Que jamais explicaremos realmente a origem do amor que sentimos ou, o desejo que temos por uma outra pessoa quanto o próprio mistério da vida, mas que estão intrinsecamente relacionados entre si. Pois que, constituem o sentido ou a razão de ser da vida conjunta, da vida a dois – ou, do compartilhar lado a lado uma vivência.
Ah, o amor!... Amor!... Maravilhosa aventura das epopéias homéricas, ou shakespeariana, ou ainda, dantesca, que muitos já sepultaram nas fugas da vida, da felicidade, dos conflitos, da paz...
Mistério e aventura se confundem nesta ordem também, porque o que é misterioso e desconhecido – é sempre divino e atraente e a aventura é uma atraente e divina experiência. O que aos hipócritas parece ser impossível – a nós amantes, nos é impulsionado numa aventura louca em sua realização, numa simplicidade infantil e num determinismo místico, que a estes assustam e empobrecem o espírito. Aos verdadeiros amantes não há o mistério e, aos fortes e destemidos (chamados aventureiros) não existe fronteiras ou coisas impossíveis de realização numa aventura.
A vida e o amor são fatos abstratos que acontecem concretamente em nossas vidas, assim como, o mistério e a aventura.
Pela vida, queremos sempre saber: o por quê? O para quê? O como?...
Droga!... Que tal, se em vez de tantas perguntas tolas, não olhamos para nós mesmos e vejamos a beleza que somos? Não nos importando se somos negros, brancos ou asiáticos, altos ou baixos, magros ou gordos, etc.; mas sim, que somos um ser animal/humano – porém divino.
No amor, queremos sempre saber: será que vai dar certo? Será que os outros aprovarão? Será que eu escolhi direito? Será que vai ser meu/minha mesmo?...
Tanto serás!...
Que tal, se em vez de tantos serás hipócritas, não lhe bastasse somente uma pergunta: a vida é minha? Ou simplesmente, bastasse uma afirmativa: Eu sinto amor e isto me basta.
O amor é toda uma explosão de sentimentos, em que não há uma ordem de sentido... Existe sim, somente vida. Você simplesmente o sente – maternal, paternal, fraternal, visual, sexual, platônico, espiritual, material, etc.
Devemos acreditar que, toda atratividade que se sentimos por outra pessoa, além de você mesmo – é amor. Não há, portanto, fronteiras nem limites para este sentimento, ou esta emoção de retorno à vida.
Porém, quando pomos fronteiras ou limite para esta vida ou este amor, neste momento, se inicia o linear da loucura, da solidão, da desesperança, da infelicidade, do abandono. Mascarando-se assim, para a hipócrita sociedade que nos cerca, tornando-os egoístas e cegos; pois que, se pretendem ser donos absolutos do próprio Universo.
Por que se ter medo ou dúvida da vida, se “deuses” de uma razão – que dizem ser universal? Por que então, por fronteiras ou limites quando dizem a plena voz, que são donos absolutos dessa verdade?
Na vida e no amor, não há verdades absolutas para o conhecimento humano, posto que são mistérios e aventuras (momentâneas ou eternas), que devem ser sentidos e/ou experimentadas na própria pele. Necessitando somente, de coragem e do desejo de querer; ou ainda, de uma vontade perseverante de se assumir para tal empreendimento. Tal qual uma criança ao nascer, que querendo sair ao mundo e, o canal uterino é estreito – necessitará fazer-se uma cesárea, senão ela perecerá; assim é o amor, que quando brotar em nossa alma e, se ele não se realizar, necessitará lutar – desprender-se de dogmas ou tabus mascarados para se completar como homem, como mulher... Porém, jamais se usar o processo do fórceps neste caso, porque o amor não se força ou se arranca de alguém. E, tal como neste parto difícil, que necessitou da ajuda médica para ser coroado de êxito o nascimento; nosso amor deve-lhe ser âncora, que lhe sustentará e apoiará nas suas decisões de vida.
Mas, voltando ao início desta afirmativa, pois para mim é real: em que sou vida, sou amor... Portanto, um eterno ser filosofando a realidade da vida, que a hipocrisia social teima em colocar fronteiras ou limites, entre máscaras de dogmas e tabus – para manter em seu seio os incrédulos e os fracos acorrentados em si mesmos.
Cegos aos mistérios e aleijados para a aventura, ficando presos a fantasias de uma vida, em suas hipócritas razões universais.
Venham comigo, libertem se na maravilhosa aventura do amor.
Venham comigo, descortinemos os mistérios da vida juntos.
Venham comigo, na descoberta de um mundo novo...
Que sou eu, que é você, ou que, sejamos simplesmente... nós dois, ou todos nós juntos...
O ontem!... Pouco importa – já passou.
O hoje!... Dependerá unicamente de nós, basta querer vivê-lo.
O amanhã!... Não sabemos... Pertence ao Inominável; porém,... Vamos descobri-lo juntos? É só você querer!... Lembra-se?...
Se, “querer é poder”, portanto!... Poder também é querer... E, você pode e quer! O meu amor é para você, sempre...
M’Penda Kazembe

Momentos... Breves momentos

O tempo é quase nada, quando ouvimos uma música,
Que nos trás recordações de breves momentos vividos...
Vividos com tal intensidade,
Que nos elevamos a seres extraterrenos.
Ah!... Sublimes momentos...
De uma vida que ainda está em desabrochamento.
Momentos inesquecíveis de uma história de amor,
Que só os poetas sentem ou,
Só os sentem os que têm plena sensibilidade no seu interior.
Momentos... Poucos momentos...
Vividos não só no passado, mas também no presente sentido;
Constantemente...
A vida nos presenteia com seus breves momentos de felicidade.
Breves...
Mas, com tempo ilimitado, onde você é o senhor, onde você é o tudo.
Portanto,... Viva!...
Viva cada segundo desses breves momentos!...
E você terá em suas recordações, não um fiasco de recordação;
Mas, uma epopéia de louvores e amores cultivados,
Para a alegria e consolação de sua velhice,
Que também tem seus breves momentos de felicidade.
M’Penda Kazembe

Alô!!!...

Inicio assim, algo que nem mesmo eu sei como se processará ou terminará, mas... não estou preocupado com isso; só quero dizer que, dentro da minha maneira extrovertida de ser, há uma muralha introvertida em minha personalidade interior.
Alô!!!... Palavra simples – três letras, mas com um significado tão grande; pois saiu de dentro – lá do interior do meu ser. Como se eu quisesse dizer ao mundo que estou aqui, vivo, palpitante; como centelha de uma fagulha dentro de uma fogueira.
Sabe, meu alô – saiu assim baixinho..., para ser ouvido apenas por mim, ou por quem tenha sentimentos nobres (sensibilidade, mística, altruísmo, etc.); que saiba não os problemas do mundo, mas sim, os detalhes desses problemas. Só quem sabe analisar as pequenas coisas, não somente analisar, mas também, interpretá-las e embelezá-las, saberão entender este meu “alô”...
Bem, após esta minha saudação inicial e sua explicação, quero dizer que tudo o que aqui escrever, serão fragmentos de substâncias filosóficas, científicas, e/ou mesmo, religiosas que consolidam minha personalidade. Dando-me base e conhecimentos que só fortificam meu caráter, tentando assim enobrecer meu espírito. Serão análises, notas, diálogos, cartas, orações, frases, pensamentos, poesias, meditações, profecias, desabafos, ficções, etc. Dados esses, que os múltiplos autores de tratados sobre o gênero humano na história, e que fizeram a história e, que analisados na sua raiz, aprendi a tirar essências para minha vida no cotidiano de cada dia, de cada situação, de cada problema, ou mesmo, de confusões no meu interior; me atrevendo também, a arriscar alguns enunciados filosóficos ou poéticos – assinados como Kazembe M’Penda que em dialeto da África oriental, significa “sábio amante” e se pronuncia: KaZEMbe PEN/dah.

Pensando assim, quero deixar em escrito todas essas experiências e, esses conhecimentos para serem lidos e analisados na minha..., talvez – posteridade...
Critiquem!... Mas, não deturpem – nem debochem, pois que, não sou um escritor..., somente alguém que ousa por em aberto seu interior.
M’Penda Kazembe

Fazer um livro

Fazer um livro é como lançar uma garrafa ao mar, ou uma pena ao vento. Nunca se sabe quem vai recolher ou ler, ou ainda, como será lida a mensagem.
Vejo os livros como sementes. Que, algumas, ao serem lançadas ao chão poderão cair num deserto e morrerem por falta de água; porém, sempre existirá a possibilidade de, após muitos anos, carregadas pelo vento adormecidas algumas, outras mais consistentes possam despertar de seus sonos, caírem em terreno fértil brotarem.
Assim são as mensagens e as idéias carregadas pelos livros, depois que as compilamos já não somos mais donos delas; pertencem ao mundo e, poderão até se concretizar ou germinarem, após longa espera, caso encontrem ambiente propício ou, terreno fértil para tal.

M’Penda Kazembe